Mais de 1 milhão de alunos do básico e secundário, iniciaram o 3º período com o ensino à distância. O N.A. quis saber como está a decorrer no Agrupamento de Escolas de Arronches. Para isso, contou com a colaboração da sua Directora, Professora Ana Maria Reis, a quem agradecemos a disponibilidade num tempo tão difícil.
Notícias de Arronches - O 3º período escolar arrancou com mais de um
milhão de alunos do básico e secundário com ensino à distância. Quais as
formulas e processos, que o Centro Escolar está a colocar em prática?
Prof. Ana Maria Reis -Este terceiro período escolar é verdadeiramente atípico, como
atípico se tornou o mundo de um dia para o outro.
As escolas começaram a
sua adaptação a esta nova realidade logo nas duas semanas antes da interrupção lectiva
da Páscoa. E fizeram-no de forma brilhante, creio eu.
Uma escola
organizada com a presença física de professores e alunos no
contexto físico de uma sala, rapidamente respondeu com os primeiros passos de
ensino à distância. Fácil? Não! Mas o empenho, a dedicação e a colaboração
foram suficientes para resolver parcialmente uma situação totalmente
desconhecida. Durante as semanas prévias à Páscoa, os docentes, alunos e pais
foram vivenciando algumas experiências e de acordo com os recursos
disponíveis as aulas continuaram. Esse era e continua a ser o objectivo
primordial do momento.
Durante a interrupção lectiva
dos alunos, a escola preparou o Plano de E@D (plano de
ensino à distância) para iniciar no passado dia 14, dia de início do 3º período
lectivo.
Esse plano contempla
alguns eixos fundamentais, segue algumas orientações emanadas pelo Ministério
da Educação e orienta a comunidade escolar no desenvolvimento das actividades
de ensino – aprendizagem que serão desenvolvidas até final do ano lectivo, que excepcionalmente.
Este ano se estende até 26 de Junho para todas as turmas do ensino básico. Este
Plano implica prioritariamente, a utilização dos meios tecnológicos e digitais.
Para garantir a equidade, num momento em que considero, ser propício ao
agravamento das desigualdades sociais, foi feito um levantamento das
necessidades prioritárias dos alunos, pensando na resposta que podia ser dada.
Estou consciente das
dificuldades que uma mudança desta natureza, gera em todos nós.
Estamos todos a gerir um
mundo novo.
O desafio não pára.
Também temos que aprender a gerir à distância…
Nem sempre o uso das
novas tecnologias é o adequado e sobretudo seguro. Há um longo caminho a
percorrer, mas não podemos atemorizar-nos com isso.
Mais que nunca, é hora
das estruturas de apoio da comunidade ficarem atentas e prontas a intervir.
E para intervir, não é
preciso saber, basta desconfiar.
Este tempo de
confinamento gera atitudes comportamentais diversas, às quais a escola e a
comunidade não podem ficar indiferentes.
No que respeita a
equipamentos a escola tem ajudado com o empréstimo, em situações devidamente
justificadas e recentemente solicitamos o apoio da Autarquia no auxílio
necessário, para garantir a alunos em situações desiguais o acesso à internet.
Como sabemos, persistem no nosso concelho, locais onde o acesso não é possível.
Foi Também tendo em conta essa realidade que o M.E. desenvolveu o recurso
complementar do EstudoEmCasa, com emissões na TV, para
que nenhum aluno fique a descoberto, em situação de isolamento e eventual
abandono escolar.
Essa tem sido a nossa
preocupação primordial. Não deixar ninguém pelo caminho!
Todos os alunos e pais/
encarregados de educação conhecem já o que vai ser o trabalho deste período.
Foram feitas sessões on-line
por turma, com a presença dos alunos e seus encarregados de educação, onde os
professores tiveram oportunidade de explicar como estamos e iremos
trabalhar.
Renovo o meu
agradecimento a toda a comunidade escolar – alunos, docentes, técnicos e
pessoal não docente pelo profissionalismo, respeito e sentido de
responsabilidade social que têm manifestado.
NA - Qual a receptividade
por parte dos país e, ao mesmo tempo, em confinamento, se lhe colocam algumas
dificuldades em gerir o acompanhamento dos filhos?
AMR - Se me permite, começo a esta resposta à
sua questão como um agradecimento aos Pais /Encarregados de educação.
Mais uma vez, estiveram connosco,
com a ESCOLA, mas acima de tudo coma comunidade em que vivemos. Cumpriram
as orientações da DGS e ajudaram os seus educandos. Tenho a perfeita noção do
quão difícil é essa missão, nomeadamente em lares com vários
educandos em diferentes níveis de escolaridade e a frequentar diferentes
estabelecimentos de ensino.
Mantiveram o contacto com
os docentes, ajudaram os filhos nas tarefas diárias envolvendo-se activamente
no processo educativo.
À escola pertence
cuidar da comunidade escolar e este ponto é para mim, muito importante.
Os alunos devem continuar
à aprender, sim! Mas, neste momento o bem – estar emocional dos alunos, merece-nos
muita atenção.
A equipa multidisciplinar
de apoio à educação inclusiva, mantem-se atenta e activa.
O Serviço de Psicologia e
Orientação, os apoios especializados de outras terapias continuam com
funcionamento à distância mas sem perder a proximidade.
Termino, afirmado o que
diariamente digo a todos:
Eu continuo por aqui. Ao vosso lado. Ao vosso dispor.