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Tribuna do Director














Fernando Neves Marques

        (Director)








Se a celebração do 1º de Maio já levantou bastante poeira, vemo-nos agora confrontados com a realização da ‘Festa do Avante’ na Atalaia. Como alguém escreveu com muita propriedade, isto parece a ‘Festa’ de despedida de solteiros, para consumar um casamento perfeito.
Depois do governo da chamada ‘geringonça’, termo do qual nunca gostei, por se tratar quer se goste ou não, do que foi um Governo do Estado português, o Partido Socialista depois desta experiência com as esquerdas, sentiu que tinha chegado a oportunidade de formar Governo sem alianças (escritas ou não), o que não têm sido fácil. Daí que tem contado com um PSD de Rui Rio mais colaborante nos aspectos do ‘interesse’ nacional; o PAN a levar a água ao seu moinho, ao passo que as ditas esquerdas têm infernizado o juízo a António Costa.
Em tempo de fogos, nada como apagar os da politiquice com uns ‘favores’ ora ao BE, ora ao PCP.
Em entrevista ao próprio jornal ‘AVANTE’, Jerónimo de Sousa afirma que “este ano, o grande desafio é realizar a Festa assegurando as medidas de segurança sanitária impostas pelo surto epidémico de COVID-19. Só quem não conhecer o colectivo partidário comunista e os amigos da Festa do Avante! é que poderá sinceramente duvidar do êxito de tal empreendimento”. 
Na realidade só quem não conhece o colectivo do PCP pode duvidar da sua capacidade organizativa (poucos mas bem organizados), por isso o líder do partido diz “fácil não será, é certo, como nada o foi para o PCP e a sua Festa. Mas não será seguramente impossível: com organização, tenacidade e criatividade”.
Para Jerónimo de Sousa “a realização da Festa tem, este ano, uma importância acrescida. Desde logo mostrará a possibilidade de prosseguir com a fruição da vida respeitando os aspectos de saúde pública. Divulgando e promovendo os procedimentos sanitários, a Festa é necessária como sinal de confiança e combate ao clima de medo. Demonstra, ainda, uma total confiança de que a responsabilidade cívica individual, aliada à reconhecida capacidade de organização do Partido, assegurará uma edição exemplar”.
Tudo isto não se coloca em causa. O que se pretende é que esta realidade seja para todos. Então porque é que o Governo não permite os festivais de Verão desde que sejam respeitadas as regras ‘impostas’ pela DGS?
Não é uma crítica ao PCP, só que me parece, que não há  meios humanos para controlar 33 mil visitantes (agora) na Atalaia, num recinto por mais amplo que seja, onde existem concertos (com os artistas a precisarem de facturar) como Xutos & Pontapés, Dino D' Santiago, Blasted, Aldina Duarte, Stereossauro, Camané e Mário Laginha, Capicua, Maria Alice, Dead Combo, Marta Ren, Mão Morta, El Sur, Lena d'Água, Rosa Mimosa y sus Mariposas, Peste & Sida, Galo Gordo, Scúru Fitchádu, entre outros. A tudo isto há que juntar as tasquinhas de comes e bebes. Que meios é que vão controlar tudo isto?
A ‘benevolência’ do Governo e Presidente da República é uma realidade: empurrarem com a barriga para a frente, até porque segundo eles, tudo passa pela observação das normas sanitárias... e isso é lá com a Direcção-Geral de Saúde.
Se o PCP conseguir tudo a que se propôs fazer cumprir, aqui estarei para me retratar.