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segunda-feira, 23 de março de 2020

Arronches ‘A forte Arronches’ hoje deserta

Nasci no Alentejo, na cidade de Estremoz. Cedo em busca de um futuro melhor, os meus pais foram para a então Vila do Montijo. Ali me criei e caminhei pelas estradas da vida, umas vezes retas… outras mais sinuosas.
Estudei, fiz-me Homem e cumpri três anos de serviço militar, felizmente sem participar naquela guerra colonialista, onde morreram ou ficaram inutilizados milhares de jovens portugueses.
Ando nisto dos jornais, revistas, rádio e televisão, há mais de 40 anos e não me lembro de tamanha calamidade como o Mundo está a viver. Recordo epidemias como a ‘Tosse Convulsa’, a ‘Gripe Asiática’ e até a crise do petróleo nos anos setenta. 


 Talvez há 40 anos, vim pela primeira vez a Arronches. A terra do meu tio António, marido de uma tia materna. Fiquei apaixonado pelo que então vi. As suas muralhas vetustas, os seus monumentos e a água em seu redor como que protegendo-a, e que por certo nos irá proteger agora nesta calamidade do COVID-19. 
Quis o destino ou a divina providência que, igualmente, como naquela altura fiquei apaixonado por Arronches, passados alguns anos, apaixonado por uma lisboeta com origens em Arronches, voltasse a esta Terra.
Aqui estou há 18 anos a residir permanente, pois muito antes já para aqui vinha. Sinto-me como um mais, entre os arronchenses aqui nascidos e criados. Fundei o Notícias de Arronches para ser útil à sociedade. Não ficar em casa ou pelos bancos dos jardins e cafés, como um reformado mais. Mas tenho uma certeza: As ruas desertas, o recolhimento vai ter a sua compensação. A Forte Arronches como cantou o poeta, vai sair vencedora como saiu de mil batalhas. As ruas irão deixar de estar desertas, e Arronches voltará a ser a Vila que socialmente e culturalmente nunca pára.
Vamos ter essa Força e Esperança, recordando os inolvidáveis artigos do Padre Fernando Farinha no nosso jornal, a que chamou ‘Caminhos da Esperança’.