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sábado, 20 de fevereiro de 2016

“I Matança do Porco”... ou o Portugal dos Pequeninos


Talvez com uma certa ingenuidade o Grupo de Forcados Amadores de Arronches anunciou através das redes sociais, a “I Matança do Porco”. Com o poder de divulgação que estas redes sociais hoje representam, foi um tiro no pé. Foi como se tratasse de um “assassinato” anunciado. Pela manhã do dia do evento, apareceram as autoridades competentes para proibirem o “vil assassinato” do animalzinho. Pode até a situação estar à margem das leis mas, por amor de Deus, comemos tanta porcaria (ver vídeo publicado pela ASAE) que passa ao lado das autoridades.
Até aqui tudo bem. Leis são leis e são para cumprir, só que uns mais e outros menos. Só não entendo, e segundo informação recolhida no local junto da organização do evento, eis que surgiu o famigerado PAN, com telefonemas e “ameaças veladas”. Será por serem forcados?
Na realidade é um partido político, com representatividade na Assembleia da República mas, que se saiba, não se trata de uma autoridade sanitária, nem muito menos. Tratasse de um grupo de eleitores que se preocupa mais com os animais do que com as pessoas. Se quiserem desempenhar um papel a que se propõem na sociedade portuguesa, então resolvam os problemas de animais ao abandono, levem-nos para casa, tratem de resolver os problemas de vacas e cavalos que andam por aí a morrer à fome, por este país em tempo de crise.
A matança do porco está arreigada nas tradições das gentes do Alentejo, antes de serem obrigados a comprar a carne de porco nas grandes superfícies comerciais dos grandes grupos económicos (alguns com sede no estrangeiro), em que a carne está exposta nas vitrinas por vezes dias e dias.
Tudo isto porque somos “O Portugal dos Pequeninos”, basta olhar para os nossos vizinhos espanhóis, onde as leis de Bruxelas nem todas são cumpridas. Ou ultimamente, o senhor David Cameron (Reino Unido) que vergou a U.E., fazendo aprovar as suas pretensões de reduzir benefícios aos cidadãos comunitários, com a ameaça do Reino Unido sair (pendente de referendo) da União Europeia.
Ao fim e ao cabo a “matança do porco” foi proibida, mas o almoço e a festa realizaram-se (com a carne comprada), com boa disposição e muita camaradagem ao longo do dia.