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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Alentejo cada vez mais desertificado, perde oito pessoas por dia

O Alentejo está a perder oito pessoas por dia, de acordo com a Associação Alentejo de Excelência, que avisa que a perda de população está a “sangrar” aquela região desde os anos 50 do século XX.
A associação, que promove no dia 25 de Fevereiro uma conferência sobre o despovoamento no interior, procura respostas e propostas para combater o despovoamento e promover a fixação de populações, tendo para isso lançado um concurso de ideias aberto a todos, com o nome Start & Go Alentejo.
O debate decorre às 15 horas, na Universidade de Évora, e conta com oradores como Frederico Lucas, do projecto Novos Povoadores, Luís Leite Ramos, deputado à Assembleia da República e Coordenador do Estudo Territórios de Baixa Densidade, Territórios de Elevado Potencial, e Luís Moreno, investigador no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.
Recorde-se que o Alentejo é também a região portuguesa com mais suicídios. Segundo o livro Alentejo Prometido, de Henrique Raposo e publicado na Fundação Francisco Manuel dos Santos, o Norte de Portugal, que representa 35% da população, sofreu 43 suicídios em 2009, 48 em 2010 e 38 em 2011. O Alentejo, que conta apenas com 7% da população, sofreu 144 suicídios em 2009, 113 em 2010 e 105 em 2011.
“A diferença é avassaladora, e torna-se demencial quando isolamos o Alentejo. Se o Alentejo litoral fosse um país independente, seria a nação com a taxa de suicídio mais alta do mundo, superando até os países eslavos. Na Lituânia, líder mundial, a taxa é de 42 suicídios por 100.000 habitantes. No Alentejo de Odemira e Santiago, os números podem chegar com facilidade aos 45, 50 ou mesmo 60 suicídios por 100.000 habitantes”, concluiu Raposo.