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quarta-feira, 13 de maio de 2020

A coerência de Fátima… e a “imprudência” do ‘Avante’

A Igreja portuguesa deu com as celebrações de Fátima, uma autêntica lição de coerência e responsabilidade para com a sociedade... cristã ou não. 




As comemorações de Fátima teriam eventualmente, a mesma “legitimidade” que teve as comemorações do 1º de Maio por parte da CGTP/PCP na Fonte Luminosa, respeitando as mesmas regras. Mas não, limitou-se a assinalar o 13 de Maio com um número reduzido de elementos do clero e um representante/peregrino por cada uma das 21 dioceses. Mesmo as dezenas que ficaram para além das barreiras, rezaram e acenderam as suas velas no respeito pelas regras de sanidade pedidas. 
Sempre se falou do poder da Igreja, sobretudo nos países latinos mas, o poder político que coloca os seus interesses partidários à frente dos interesses dos seus povos, é por vezes mais do que evidente. 
O Primeiro-ministro e a DGS ao permitirem as comemorações do 1º de Maio, sabiam que abriam uma excepção, mas não foi para todos. Quando o Presidente da República afirma ter sido surpreendido porque quando assinou essa permissão não se apercebeu da sua dimensão (causa/efeito) junto dos portugueses, deixa-me algumas dúvidas. Se o P.R. prima por algo é pela sua argúcia, ponderação e estar bem informado. Logo ao assinar essa permissão não creio que não soubesse o que estava em jogo. Como disse alguém, o Primeiro-ministro que quer um resto de legislatura com poucos conflitos, terá que satisfazer em alguns pontos o PCP. Já Marcelo Rebelo de Sousa não precisa destas estratégias para a sua reeleição, quando as sondagens lhe dão um conforto muito grande.
Como se tudo isto não chegasse para aquecer a questão política, agora em fase de desconfinamento no país, voltamos aos confrontos. Jerónimo de Sousa vem defender a realização da ‘Festa do Avante’ (Costa não é claro sobre o assunto), classificando-a de evento político/cultural, não igual aos outros festivais que por aí se realizam. Festivais esses de música que envolvem artistas e empresas que estão privados da sua actividade, logo sem rendimentos. 
Ora a festa do ‘Jornal Avante’, pode ser isso tudo que o líder do PCP diz mas, é inegável a multidão que se junta na ‘Atalaia’; que há comes e bebes e artistas a actuarem no palco. Não pode o PCP vir tapar o sol com a peneira. Por outro lado, quando arauto da classe trabalhadora (não reflectida nos votos das últimas legislativas), não só deve defender os trabalhadores nas suas condições laborais como, neste caso, na sua saúde.
(Fernando Neves Marques - Fotos D.R.)