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domingo, 17 de junho de 2018

Tarantini “A Minha Causa”, palestra do jogador e capitão da equipa do Rio Ave

O jogador de futebol e capitão da equipa do Rio Ave, apresentou ontem, dia 16 de Junho, no auditório do Centro Cultural de Arronches, integrado no Torneio Francisco Palmeiro, o seu livro “A Minha Causa”.




Com o auditório preenchido pelos jovens jogadores e treinadores das equipas que integraram a 8ª edição deste torneio, que leva o nome de Francisco Palmeiro, atleta arronchenses, jogador do Benfica e da Selecção Nacional que, também ele, a exemplo de Cristiano Ronaldo, a jogar pela selecção, marcou os três golos com que Portugal venceu a selecção espanhola por 3-1, no Estádio Nacional, em 13 de Outubro de 1956. 
O Jogador, conferencista e escritor, foi apresentado pelo Vice-presidente da Câmara Municipal de Arronches, João Crespo, acompanhado de João Trindade, o coordenador da Academia de Futebol de Arronches que foi companheiro de Tarantini no Sporting da Covilhã e agradeceu a presença de Tarantini e de todos os que se encontravam no auditório do Centro Cultural de Arronches.
Mas vamos ao que foi a palestra de Tarantini. Uma autêntica história de vida de um miúdo que, logo de tenra idade, decidiu ser jogador de futebol. Para isso contou com a ajuda de seu pai. Na localidade onde vivia não tinha hipótese de jogar à bola e, para isso, foi estudar e jogar para Amarante. Isto pressupunha o enorme sacrifício para uma criança que tinha que andar de transportes e, praticamente estar entregue à sua sorte. Reconheceu que ao longo da sua carreira, foi confrontado com outros atletas com mais condições do que ele para chegarem à primeira liga mas, tem para si, que para além dos dotes de cada um, existe a dedicação, o muito trabalho e entrega a esta profissão tão difícil.
Tarantini apoiado em vídeos e estatísticas, propôs-se nesta palestra alertar os jovens jogadores e os seus familiares, que eles podem sonhar um dia em vir a serem profissionais do futebol. Chamou à atenção que esse objectivo que deve ser tido em conta, não pode estar por cima da realidade. Baseado em estudos, trouxe a dura realidade para aqueles que procuram nesta profissão apenas a parte económica, descurando o prazer de ser, pelo almejado poder económico. A realidade nua e crua que apresentou é que, entre 60 a 80% dos profissionais de futebol nas mais importantes ligas como seja a inglesa, americana (incluindo futebol e NBA), ou mesmo o golfe, os principais craques destas modalidades, depois de deixarem de jogar, em meia dúzia de anos estão na banca rota. É uma realidade dramática para quem tudo teve a seus pés e depois se vê confrontado com uma vida difícil.
O capitão do Rio Ave, afirmou que foi o caso de companheiros seus que, por um ou outro motivo, se defrontaram com ter que abandonar o futebol mais cedo, que o alertou. Então começou a interessar-se por esta matéria, dando como exemplo o seu percurso que, enquanto futebolista profissional, conseguiu consolidar o futebol com os estudos tirando uma licenciatura e um mestrado. 
Pediu aos jovens presentes para acreditarem, perseguirem o seu sonho. Estarem conscientes que ao escolherem este caminho ele acarreta muitos sacrifícios, em especial num período das suas vidas em que os seus amigos se podem divertir, sair à noite ou outras diversões que, a quem quer ser profissional de futebol, de alguma forma lhes estão vedadas. Devem contudo estar despertos para que há apenas uma percentagem muito pequena de jogadores que atingem as equipas maiores nos principais campeonatos e, que há mais vida para ale do futebol.
Seguiu-se depois um período de perguntas e respostas, algumas muito interessantes dos jovens jogadores presentes na sala, para depois haver um espaço de tempo para a aquisição do seu livro com os respectivos autógrafos.