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sexta-feira, 30 de março de 2018

"As Sete Últimas Palavras". O sublimar da palavra escrita, com a harmonia da música.

“As Sete Últimas Palavras” é a mais recente obra literária de António Jacinto Pascoal. Esta obra do escritor e professor residente em Arronches, numa edição das “Edições Salesianas”, foi apresentada ontem pelas 17 horas na Biblioteca do Centro Cultural de Arronches. 



Em pleno período pascal, esta obra é de grande actualidade e contou com a apresentação a cargo do Padre Fernando Farinha, com o apoio da Paróquia de Arronches e da Câmara Municipal.
A sessão iniciou-se com a intervenção do Vice-presidente da Câmara Municipal de Arronches, João Crespo, que substituiu a Presidente por compromissos assumidos anteriormente. João Crespo começou por saudar o Presidente da Assembleia Municipal, os Presidentes das Juntas de Assunção e Esperança e todos os presentes. Referiu o autarca que era um gosto disponibilizar este espaço, porque é um espaço de cultura, para apresentar a obra do Professor António Pascoal. 
Para a apresentar a obra há que destacar a intervenção do Padre Fernando farinha que, com a sua habitual frontalidade, referiu entre outros aspectos que o escritor se estreou em 1991 com a obra “Pátria ou Amor” que foi prémio da Associação Académica de Coimbra, com prefácio de Agustina Bessa Luís. Sobre a sua última obra, e era o que nos trouxe à biblioteca do Centro Cultura de Arronches, o Padre Fernando frisou que o autor de “As Sete últimas Palavras”, “teve a ousadia de se meter com a Bíblia, e não é qualquer um que se mete com a Bíblia”. Quis o Padre Fernando referir como alguém disse que “os poetas são todos uns provocadores”. 
Tenho para mim que foi mais do que ousadia. Foi um acto de coragem, pegar nas últimas sete palavras, ou frases de Cristo, e sublimar na palavra escrita, nessa arte que é a poesia e, em feliz simbiose, juntar-lhe a música de Haydn um “Deus da Música”, como considerou o Padre Fernando Farinha, que escreveu a versão orquestral das “Sete Últimas Palavras de Cristo”.
Foi impressionante como o autor com essa sensibilidade que caracteriza os poetas, nos conseguiu transportar através da poesia e da música, a viver os momentos drásticos, violentos e de compaixão, nesse lugar do Calvário.
Não deixou o pároco de Arronches de puxar pelos seus “galões” para nos recordar que, apenas um dos discípulos estava presente: João Evangelista e que escreveu que o Senhor só falou quatro vezes. Dos restantes que escreveram a Bíblia, nenhum estava presente e escreveram posteriormente que foram sete. Isto porque o número sete tem um significado muito abrangente, como referenciou. É bom não esquecer, até porque houve traidores que venderam Jesus… e os que o abandonaram. Isto foi dito, está escrito e todos corroboramos destas situações. 
Depois da intervenção do autor da obra, estabeleceu-se um interessante diálogo em que participaram o Dr. José Ricardo, José Botelheiro e o autor deste escrito despretensioso. Coisa que não é muito vulgar na apresentação de obras literárias ou, outras formas de expressão artística, que passam pelo Centro Cultural de Arronches.