Click na Imagem

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Jornalistas recorrem pouco às redes sociais como fonte noticiosa

Estudo lançado pela Agência de Comunicação COMUNICAR-SE em parceria com a FLUP incidiu num inquérito feito às redacções da RTP, SIC, TVI, CMTV e Porto Canal. Facebook é o canal mais utilizado como fonte noticiosa.




As fontes tradicionais ainda mantêm um lugar privilegiado para os jornalistas na construção da notícia, revela um inquérito realizado às redacções dos canais televisivos RTP, SIC, TVI, CMTV e Porto Canal. O estudo foi realizado por um grupo de trabalho da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) - no âmbito do Mestrado em Ciências da Comunicação (2015/2017) - e os resultados globais são agora divulgados pela Agência de Comunicação - COMUNICAR-SE - por ocasião do seu 1.º aniversário.
Partindo do pressuposto de que a Internet e as plataformas de Social Media, nomeadamente, as redes sociais transformaram-se numa ferramenta essencial à prática jornalística e a sua utilização, como fonte de informação, é uma das muitas metamorfoses provocadas no jornalismo, o objectivo do estudo foi perceber de que forma os jornalistas recorrem às novas plataformas digitais de interactividade social como fontes noticiosas, nomeadamente, o Facebook (por ser a rede social mais utilizada); o Twitter (por ser o microblogue com mais utilizadores) e o Youtube (por ser o vídeo storage com mais utilizadores).
Raquel Garcez Pacheco, directora do Comunicar-se (agência de Comunicação envolvida no estudo), informa que a oportunidade de divulgar os resultados globais do estudo surge no âmbito do 1º aniversário da empresa que lidera e que, pretende reforçar o perfil atento e participativo da agência como player no sector da comunicação.
“Com este estudo pretendemos evidenciar que o nosso envolvimento, atenção e intervenção no mercado da comunicação está para além da consultoria, pois assumimos um papel activo e queremos colaborar dando in-puts ao sector. Relativamente à importância deste trabalho de investigação - que serviu para sentir o pulsar das redes sociais como nova fonte de informação emergente - reflecte-se numa visão analítica global do cenário actual da interdependência entre jornalistas e fontes de Social Media. Só não podemos particularizar os resultados porque são, naturalmente, confidenciais”, explica a responsável do Comunicar-se.
Para a consultora de comunicação, a massificação e velocidade da informação obrigam a uma progressiva adaptação do Jornalismo às novas formas de comunicação. “Hoje, o ritmo vertiginoso da informação perdeu-se nas redes sociais, dando lugar à instantaneidade que se assume, cada vez mais, como um conceito dominante. Este processo permite que um acontecimento se propague rapidamente e circule de forma incontrolável podendo levar os jornalistas - pressionados pelas características do próprio meio - a adoptarem as redes sociais como fontes, sem que a informação dos mesmos se constitua fidedigna”, defendendo que, “a credibilidade dos factos e o contraditório devem sempre assumir um papel preponderante.”
O ESTUDO PERMITIU CONCLUIR QUE:
As Redes Sociais ocupam um lugar ainda pouco relevante nas redacções dos jornais em estudo enquanto fonte noticiosa, resultado do desprestígio, em termos de credibilidade, que é atribuído ao conteúdo que neles é publicado.
Embora os jornalistas possam supervisionar com frequência as informações que circulam no Facebook, Twitter e Youtube - devido ao lugar que estas plataformas ocupam hoje na vida dos indivíduos e enquanto veiculadoras de informações que podem ter interesse jornalístico -, as fontes tradicionais mantêm um lugar privilegiado no processo noticioso.