Click na Imagem

terça-feira, 7 de julho de 2020

As manobras do PAN para acabar com as touradas. Um partido que manipula a questão não deve merecer credibilidade.

Todos os portugueses têm o direito de optar por aquilo que gostam, ou não. Não têm é que impor a sua vontade (ideologia minoritária) à maioria dos portugueses.
O PAN usou ontem na TVI num debate com Miguel Sousa Tavares, a inversão da questão: Em vez de perguntar se os portugueses gostam ou não das touradas, colocou a questão de forma ‘manipulada’, perguntando se os portugueses queriam ver os seus impostos a apoiar um espectáculo. Claro que os portugueses não querem os seus impostos no Novo Banco, na TAP ou na EFACEC. O PAN apresenta números a uma consulta feita na área da Grande Lisboa, ora o país não é só Lisboa, embora ali tudo se decida. 



O PAN e os seus militantes estão no seu direito de não gostarem das touradas. Estão no seu direito de serem mais animalistas do que humanistas. Só impõem as suas ideias a um governo que ora está à esquerda, como ao centro ou à direita. O Partido Socialista sempre foi o guardião da cultura e tradições de um povo com muita história. Agora interessa-lhe é governar com ‘geringonças’ ou colocar no seu programa propostas do PAN ou do BE.

Miguel Sousa Tavares que confessa gostar de touradas, também confessa que não é aficionado e, a exemplo de outros debates, não é a pessoa mais preparada para debater com o PAN que qualquer dia vai proibir de comermos carne, de termos um canário na gaiola, criar frangos e ovos em sistema de produção industrializada. 
Miguel Sousa Tavares, podia ter perguntado se o PAN sabe porque em época de fogos, eles são quase inexistentes na Península Ibérica, onde pastam as ganadarias de touros de lide? Podia perguntar também se o PAN sabe quais as audiências televisivas da transmissão de uma tourada ou, quanto encaixa o Estado nos 23% do IVA cobrado por um espectáculo integrado no Ministério da Cultura...
Se não fosse usada a estratégia que o PAN utilizou, os resultados seriam diferentes, basta analisar esta sondagem feita pela Eurosondagem em Dezembro de 2019.

Mas não sou hipócrita, porque reconheço que os maiores inimigos das touradas, estão no seu seio. Até agora, a exemplo doutros sectores, ainda não vimos uma grande manifestação dos que dizem defender a Festa. No entanto vimos a mobilização, rápida e bem organizada, até infringindo as leis vigentes nos países que lutam conta a pandemia do COVID-19., para se manifestarem contra o racismo, que também condenamos nesta ou noutra forma qualquer de xenofobia.

SONDAGEM REVELA QUE MAIORIA DOS PORTUGUESES NÃO É CONTRA AS TOURADAS

"Eurosondagem: 86,7% dos portugueses não são contra as touradas; 30,3% são aficionados e 67,1% não votaria num partido que as tente proibir.
Pelo menos 1 em cada 2 portugueses costuma assistir ou já assistiu a uma tourada e mais de metade acha que tauromaquia contribui para a imagem positiva do país. 30% dos jovens entre os 15 e os 30 anos declara-se aficionado.
A Eurosondagem realizou um estudo de opinião nos dias 14 a 19 de Dezembro, com um total de 1100 entrevistas telefónicas validadas e um erro máximo da amostra de 2,92% para um grau de probabilidade de 95%. Este estudo foi encomendado pela Pró-Toiro, Federação Portuguesa de Tauromaquia, e tem como objectivo aferir a opinião dos portugueses face às actividades tauromáquicas.
Na resposta à pergunta "Qual a sua postura em relação às touradas?" 30,3% dos inquiridos diz que é aficionado, por seu lado 33,7% diz que o tema lhe é indiferente, 22,7% diz não gostar mas respeita a liberdade de escolha e apenas 11% afirma ser contra a realização das mesmas. Há ainda uma diminuta percentagem de 2,3% que disse não saber a resposta ou preferiu optar por não responder. Assim, 86,7% não tem uma posição contrária às Touradas.
Outro dado a ter em conta encontra-se no desdobramento por faixa etária, em que 30% dos jovens entre os 15 e 30 anos se declara como aficionado. Cerca de 29% diz que lhe é indiferente, 24% não gosta mas respeita a liberdade de escolha e apenas 15% é contra.
Outra das perguntas a que os entrevistados responderam nesta sondagem foi: "Já assistiu ou costuma assistir a touradas ao vivo?". Nesta questão 50,5% afirmam que sim e 43,3% diz que não, sendo que 6,2% diz não saber a resposta ou simplesmente opta por não responder.
Quando questionados sobre se "o espectáculo taurino contribui para a imagem do nosso país?", os dados são esmagadores. A maioria, com 56,3%, diz que a arte tauromáquica contribui de forma positiva para a imagem de Portugal, enquanto 33,1% diz não ter qualquer impacto e apenas a esmagadora minoria de 4,4% diz contribuir de forma negativa. Há ainda 6,2% de inquiridos que optou por não responder.
Relativamente à pergunta "Votaria num partido que tomasse medidas proibitivas contra actividade cultural contra touradas ou largadas de toiros?", 67,1% dos portugueses inquiridos responde que não. Apenas 14,5% responde afirmativamente e 18,4% diz não saber ou opta por não responder.
Do ponto de vista do consumo de marcas associadas à tauromaquia 84,9% dos portugueses diz que "Não deixaria de comprar", apenas 6% afirma que deixaria de comprar essas marcas e 9,1% diz não saber ou ser indiferente.
Já no que diz respeito à assistência de espectáculos taurinos por menores de idade, 71,1% dos inquiridos afirma que deveria ser "a família" a tomar essa decisão, 20,2% acha que deveria ser o Estado e 8,7% das pessoas dizem não saber ou não querer responder.
Quando questionados sobre a gravidade cultural do desaparecimento das touradas, 70,5% dos portugueses afirma que tal seria grave ou muito grave. Apenas 19,1% dizer ser pouco grave e 6,5% nada grave. 3,9% não sabem ou não respondem.
Um dado a reter também é o facto de 65,4% dos inquiridos afirmar já ter assistido ou costumar assistir a espectáculos tauromáquicos na televisão. Apenas 32,7% nega fazê-lo e 1,9% afirma não saber ou não querer responder.
No desdobramento por região verifica-se que o maior número de aficionados se encontra a sul, norte e centro do país. 36% dos portugueses a sul do país diz ser aficcionado, 31,7% no centro, 31,5% no norte, 30,6% na Área Metropolitana do Porto e 26,3% na Área Metropolitana de Lisboa". 
Opinião - Fernando Neves Marques, português, alentejano, aficionado e jornalista