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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Mercados e ‘mercadillos’ e a economia paralela

A economia paralela é reflexo da debilidade (ou cumplicidade) dos governos. Diz-se que quanto menos eficiente é o estado mais aguçada é a transgressão, ou seja: mais cresce a economia paralela. 



Segundo estudos publicados quer pela Faculdade de Economia do Porto, quer pelo Observatório de Economia e Gestão, em Portugal a economia paralela, aquela que passa por entre as malhas do fisco, gere algo como mais de 50 mil milhões de euros, cerca de 26% do PIB.
Se os impostos devidos ao Fisco e Segurança Social fossem cobrados como o das restantes actividades que não fogem aos impostos através de offshores, empresas fictícias, subfacturação ou operações fictícias dentro da própria U.E. para ‘caçar’ IVA, Portugal teria uma das economias mais robustas da Europa, com excedente orçamental e uma divida pública muito abaixo dos 100%.
Tudo isto vem a caso sobre os famigerados mercados e ‘mercadillos’ que imperam um pouco por todo o lado. Podemos recordar o famoso mercado na região de Lisboa, onde se vestiam as ‘tias’ e os ‘tios’ com rouba de marca contrafacturada.
“Há ainda aquelas actividades de sobrevivência ou de composição de vencimento familiar que todos nós conhecemos ou até utilizamos, os biscates das horas vagas e fim-de-semana, como o electricista, o pintor, o canalizador, o sapateiro, etc. Há quem lhe chame economia informal que até chega a certas empresas de pequena dimensão. Mas este é o ramo da economia paralela, apesar de tudo, menos nocivo”, segundo conclusão dos estudos ().
Estive neste último domingo no mercado mensal na Freguesia de Esperança. Um autêntico mundo surreal de oferta e procura de artigos que podem ir desde o vestuário ao calçado, passando pelas flores, aves, plantas, etc. Confesso que não sou nenhum puritano e também ali compro uma ou outra coisa. O que está no cerne da questão, pese as acções esporádicas das autoridades competentes, este mercado atraia ali centenas e centenas de pessoas de um e do outro lado da fronteira.
A Junta de Freguesia de Esperança, com a colaboração da Câmara Municipal tem criado condições para um enorme parque de estacionamento, sanitários e até o próprio piso que ajudam no capítulo das receitas da Junta e, ao mesmo tempo, contribuem para a economia local, em especial na restauração.
A meta pode estar em reduzir este tipo de economia paralela para metade do seu valor, posto que, o Estado tem a plena consciência que, este é um mal menor, em comparação com os milhões que saem do país através dos ‘offshores’.