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quarta-feira, 10 de junho de 2020

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Sem o aparato de público, forças militares e convidados como habitualmente é comemorada esta data - ficou para a história o discurso do jornalista portalegrense João Miguel Tavares, convidado por Marcelo para presidir às comemorações em 2019 na cidade alentejana de Portalegre.



O jornalista que com o seu discurso “irritou a esquerda, entusiasmou a direita e quase apagou o discurso de Marcelo? Primeiro que «não é pelo talento e pelo trabalho que se ascende na vida», porque é preciso ter os amigos certos. A seguir que há «uma distância atlântica» entre os políticos e os cidadãos. E, pelo meio, apontou o dedo à corrupção e à classe política que pouco tem feito para a enfrentar” (1). 
O Presidente da Republica face à pandemia optou este ano pelo recato do Mosteiro dos Jerónimos pela sua simbologia, comemorar neste monumento nacional as cerimónias singelas do 10 de Junho de 2020. 
Nomeou para presidir às comemorações D. José Tolentino Mendonça, nascido no Machico (Madeira) em 1965. Cardeal e teólogo, formado na Universidade Católica Portuguesa, poeta e arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e Bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana, na Cúria Romana.
O Presidente da República convidou para estarem presentes o Presidente da Assembleia da República, Primeiro-ministro, os Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas.
D. Tolentino Mendonça ressaltou no seu discurso a necessidade da integração, da compaixão, justiça social e inclusão na construção de um Portugal melhor e que cuide do ambiente, preservando o planeta para as gerações vindouras. Como poeta recorreu à figura de Camões para recordar a viagem de Portugal ao longo de nove séculos de história.
O Presidente da República recordou que Portugal não tem aproveitado os eventuais momentos de viragem para um futuro melhor como foi o pós-guerra, a grande pandemia da pneumónica, ou mesmo a integração na U.E. Reforçou a ideia que defende que, com esta pandemia, Portugal não pode perder a oportunidade de construir uma sociedade mais justa, com mais oportunidades para os jovens, mais e melhor protecção para os idosos. 



Sobre o 10 de Junho

O 10 de Junho começou a ser particularmente exaltado com o Estado Novo, o regime instituído em Portugal em 1933 sob a direcção de António de Oliveira Salazar. A generalização dessas comemorações deveu-se bastante à cobertura dos meios de comunicação social. Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1963, o 10 de Junho tornou-se numa homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra e do poder colonial.Com uma filosofia diferente, a Terceira República converteu-o no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em 1978 (2).
(1) – Sol
(2) - Wikipédia
(Imagens obtidas através da RTP)